O escritor visto por quem o conheceu
O que vos posso dizer sobre a Graça Pina de Morais
O mais engraçado na personalidade da Graça era o ser diferente de todos os outros adultos que conheci: um olhar muito perspicaz e sui generis sobre todos os assuntos. Dizia sempre o que lhe vinha à cabeça sem censuras e sem medo que se zangassem com ela, até porque, como normalmente era original, o resultado final era admiração ou espanto e muitas vezes punha todos a rir. Por outro lado, era uma pessoa muito tímida, com um ar alheado e muitas vezes triste, estava distraída com os seus pensamentos, mas paradoxalmente muito atenta a tudo e todos que a rodeavam.
Na minha infância, sempre que não tinha meninos para brincar, a Graça (a quem eu dei o nome de tia-mamã) ensinou-me a brincar com os meus próprios pensamentos e dessa forma aprendi a importância do mundo interno e da imaginação - e se calhar por isso tornei-me psicóloga.
Ainda hoje, tantos anos após a sua morte, imagino inúmeras conversas com ela, que se caracterizam por um prazer e liberdade enormes. E, por isso, também penso que este seja um dos maiores benefícios de quem lê os seus livros, a possibilidade de dialogar com ela e dessa forma conhecer-se melhor a si e aos outros, aprender a ser-se mais livre, sensível e compreender melhor os outros e as suas idiossincrasias.
Maria João Pina de Morais, sobrinha
O mais engraçado na personalidade da Graça era o ser diferente de todos os outros adultos que conheci: um olhar muito perspicaz e sui generis sobre todos os assuntos. Dizia sempre o que lhe vinha à cabeça sem censuras e sem medo que se zangassem com ela, até porque, como normalmente era original, o resultado final era admiração ou espanto e muitas vezes punha todos a rir. Por outro lado, era uma pessoa muito tímida, com um ar alheado e muitas vezes triste, estava distraída com os seus pensamentos, mas paradoxalmente muito atenta a tudo e todos que a rodeavam.
Na minha infância, sempre que não tinha meninos para brincar, a Graça (a quem eu dei o nome de tia-mamã) ensinou-me a brincar com os meus próprios pensamentos e dessa forma aprendi a importância do mundo interno e da imaginação - e se calhar por isso tornei-me psicóloga.
Ainda hoje, tantos anos após a sua morte, imagino inúmeras conversas com ela, que se caracterizam por um prazer e liberdade enormes. E, por isso, também penso que este seja um dos maiores benefícios de quem lê os seus livros, a possibilidade de dialogar com ela e dessa forma conhecer-se melhor a si e aos outros, aprender a ser-se mais livre, sensível e compreender melhor os outros e as suas idiossincrasias.
Maria João Pina de Morais, sobrinha