Adolfo Correia da Rocha, autor de vasta e variada produção literária, largamente reconhecida, nasceu em 1907, em S. Martinho de Anta, Sabrosa, onde concluiu, com distinção, os estudos primários. Oriundo de uma família humilde de camponeses e sem grandes recursos económicos, trabalhou no Porto, passou pelo Seminário de Lamego e, ainda adolescente, emigrou para o Brasil. De regresso a Portugal, cursou Medicina em Coimbra, onde viveu e faleceu em 1995. De individualidade veemente e intransigente, foi poeta presencista, numa primeira fase, associado ao grupo da Presença que cedo abandonou. Adotou o pseudónimo Miguel Torga, em homenagem a dois grandes vultos da cultura ibérica, Miguel de Cervantes e Miguel de Unamuno, e ainda à torga, planta brava da montanha com fortes raízes. A sua extensa obra aborda, entre outros temas, o drama da criação poética, o desespero humanista, o sentimento telúrico, a problemática religiosa, o iberismo e o universal. Defensor da liberdade e da justiça, teve obras censuradas, foi vítima de perseguição política e esteve preso, apesar de nunca ter aderido a algum partido. Laureado com numerosos prémios literários nacionais e internacionais, foi candidato a Prémio Nobel da Literatura.