O poeta Guerra Junqueiro revela-se uma personagem multifacetada - poeta, colecionador, político, filósofo, viticultor, cientista, pensador - de espírito vivo e uma mente brilhante, que soube conviver na sua época não só com os espíritos mais brilhantes do mundo das artes, da literatura, da política, mas também com os seres mais humildes que trabalhavam na terra. O escritor Eça de Queiroz classifica-o como “o maior poeta moderno da Península” e, anos mais tarde, após conviver com o pensador espanhol Miguel de Unamuno  este considera-o:
“… el más grande lírico português entre los vivos y uno de los mayores hoy del mundo …”.

 
Nasce no seio de uma família de Freixo de Espada à Cinta, a 15 de setembro de 1850 e, quinze anos depois, publica os seus primeiros versos. Durante os seus estudos em Coimbra, toma parte relevante na boémia intelectual académica e inicia a fase do predomínio da tese político-social.
Guerra Junqueiro adere ao partido progressista e é nomeado deputado por Viana do Castelo, local onde casa com Filomena Augusta da Silva Neves e onde nascem as suas duas filhas, Maria Júlia e Maria Isabel.
Muito jovem começa por investir em objetos de arte na tentativa de procurar nas formas antigas, uma mística sugestão de beleza.
O poeta possui instintivamente o sentido de colecionador de arte; investe e desfaz-se das peças por razões económicas ou quando estas deixam de interessar às suas exigências de colecionador. Parte das coleções foram vendidas para investir nas plantações da Quinta da Batoca, propriedade no Alto Douro que representa o seu contacto humano e físico com a natureza.
Reparte desde então a sua vida com a natureza e com a política na procura do seu ideal de justiça e convivência livre dos homens. A sua obra literária representa o sonho de unificação da Natureza e do Homem.
Depois de proclamada a República, Guerra Junqueiro, já com a saúde debilitada, é nomeado Ministro Plenipotenciário de Portugal na Suíça.
Oferece o manuscrito A Pátria à Biblioteca Pública do Porto e, a 7 de julho de 1923, morre em Lisboa, sendo sepultado no Mosteiro dos Jerónimos.

“Os políticos consideram-me um poeta; os poetas, um político; os católicos julgam-me um ímpio; os ateus, um crente.” G.J.